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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Guiné 61/74 - P21887: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (19): O cardápio secreto do "chef" Tony (Levezinho) - Parte I: ainda não é verão (, mas um dia destes há de ser!), e já me está a apetecer uma saladinha de queixo fresco e uma paelha, com um bom branquinho...


 Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3

Portugal > Vila do Bispo > Tabanca da Ponta de Sagres - Martinhal  >  s/d >  O "chef" Tony, nas brasas (Foto nº 1); uma  salada de queijo fresco (foto nº 2); e uma paelha (foto nº 3)


Fotos (e legendas): © António Levezinho (2021). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Ao longo destes 11  meses  de pandemia de Covid-19, com dois confinamentos gerais, temos aqui deixado algumas sugestões gastronómicas, nacionais e internacionais, apropriadas  para combater o "corno...vírus", e sobretudo para que os nossos "vagomestres" e os/as nossos/s cozinheiros/as não deem em doidos/as... 

Sabemos, de experiência própria, com 3 anos de tropa e de guerra, ao serviço da Pàtria, da Mátria e da Fátria, que não há um "bom moral na tropa" sem um bom rancho... 

Os tempos que correm, com longos períodos trancados em casa, e muitas incertezas para o futuro, são propícias à descoberta de talentos culinários que permitam diversificar a experiência de leitura do blogue e sobretudo nos ajudem a combater a tão falada "fadiga pandémica"... (Tmabém sabemos o que é isso, comvinte e tal meses de Guiné, passados no mato ou dentro do arame farapdo rodeado de mato, e níveis de temperatura e humidade brutais, seis meses de chuva,seis meses de seca...)

É o que temos feito, com esta série "No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande"...

Hoje, e em próximos postes, vamos revelar-nos alguns dos pratos do cardápio até agora "secreto", do nosso grande amigo do peito e excecional camarada dos bons e maus momentos da Guiné, o António Levezinho (Tony para os amigos, e aqui na Tabanca Grande, Tony Levezinho, com cerca de 7 dezenas de referências no blogue). 

Foi fur mil at inf, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, maio 69 / março 71). Está reformado da Petrogal. Perdeu recentemente a sua companheira de uma vida (50 anos!), a Isabel Levezinho. Está a fazer o difícil processo de luto. E continua a ser um grande ser humano, e, neste momento, a tomar a conta do neto, o DI, que fez 14 anos. Têm passado as últimas semanas na casa do Martinhal, em Sagres, ou melhor, na Tabanca da Ponte de Sagres - Martinhal de que ele é o régulo, 

Sabendo que ele é, entre outros talentos, um cozinheiro de primeira água, desafiei-o a "dar um cheirinho" dos seus pratos. Sempre modesto, mas solidário, não quis deixar de colaborar nesta série. Mandou-me dúzia e meia de fotos "com inteira liberdade" para as selecionar e editar,  e partilhá-las com os nossos leitores,  

Escrevi-lhe a agradecer, nestes termos: 

"Mas que grande "Chef"!... No céu  nao há disto, como dizia o meu velhote.    Com um avô destes até  eu queria ser teu neto!....Isto são obras de arte, a comida também é  cultura,  poesia , música,  pintura, arte.... Nestes pratos estás tu por inteiro, no teu melhor... o teu charme, a tua sensibilidade, a tua criatividade, os teus talentos, a tua empatia, o teu amor, a tua amizade, Vais ter que me deixar publicar algumas fotos  no blogue... A Alice adorou. E disse à  moda de Candoz, dando - te a nota maxima: "Porra, porra...Que  ele sabe da poda!"... Chicoração dos dois."

E ele respondeu-me, bem humorado: 

"Tens toda a liberdade para dares a publicidade que entenderes. Tens é que avisar que, devido à pandemia, estamos encerrados. Beijinhos e Abraços do Sul".

Para começar, sai uma saladinha de queixo fresco [foto nº 2]e depois uma paelha, de se lhe tirar o chapéu [foto nº 3]!... E um bom branquinho para acompanhar... 

Eu sei que ainda não é verão, mas um dia há de ser!... E a gente há de comemorar a nossa vitória, idividual e colectiva,  contra a maldita pandemia de Covid-19 que já nos roubou amigos e familiares... LG

domingo, 24 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21802: In Memoriam (382): Isabel Levezinho (1952-2020): (e)terna lembrança, um mês depois da sua partida para a última viagem, sem regresso, que um dia todos teremos de fazer (Luís Graça)


 



Vila do Bispo > Cabo de São Vicente, a 4 km da ponta de Sagres >  "A foto que junto, foi tirada no Cabo de São Vicente em 8 de janeiro de 2014. [Estou confinado, em Paço d'Arcos,]. Se estivesse em Sagres, teria mais escolha, mas gostei desta pelo enquadramento".

Foto (e legenda): © António Levezinho  (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Ainda "embrulhado" com a penosa burocracia decorrente da morte da sua companheira de uma vida, o António Levezinho (Tony, para os amigos, "meu amigo do peito e mano", desde os tempos duros da Guiné), deu "luz verde" à minha intenção de, um mês depois da sua morte, fazer aqui um pequena homenagem pública à Isabel Levezinho (1952-2020).

Manifestei-lhe o meu desejo de lhe dedicar um soneto. E ele respondeu-me de imediato:

(...) "Onde ela agora estiver, a nossa Isabelinha vai sentir-se muito honrada e feliz por merecer o teu desejo de lhe escreveres um soneto. Sobre ela o que de mais marcante no seu carácter me atrevo a referir era uma certa tendência natural para evitar ser 'o centro da sala' "(...)

Do que ele me confidenciou (e de que me pediu a natural reserva), destaco apenas a carreira da Isabel na Galp:

 (...) "Profissionalmente, foi diligente e também fez carreira a pulso. A área financeira foi sempre o seu campo de atuação (adorava números) e do que me foi dado a perceber, sentia-se como peixe na água a fazer gestão diária de tesouraria, tendo deixado na banca, com quem tinha que negociar saldos, uma boa imagem. " (...)

Casaram-se cedo, em 1970, ela 18 anos, e o Tony na Guiné... Ainda tentou, em vão, ir com ele nas férias... Teria sido penoso, para todos, ela acompanhá-lo, para mais numa zona de guerra. O Tony voltou em março de 1971. E ela foi mãe antes dos 20. 

O Tony tem dois filhos e um neto, o Di, que hoje faz 14 aninhos (, um grande alfabravo de parabéns, para ele, que os netos dos nossos camaradas nossos netos são!).

(... ) "Em Sagres [, na casa do Martinhal], já fora da vida ativa, dedicou-se à aprendizagem de algumas artes  decorativas.  Dessa experiência ficaram, nomeadamente, alguns tapetes de Arraiolos os quais ainda hoje decoram as nossas casas.  Contudo 'a menina dos seus olhos' era o jardim onde passava muito do seu tempo, sempre a 'inventar' algo mais para só de lá sair agarrada às costas.

"Já tenho muitas saudades daqueles fins de tarde em que lhe 'gritava': ainda não achas que já são horas de parar?" (...)

O coração deixou de bater no dia 24 de dezembro último, logo pela manhã (*)... 

As palavras que o Tony me escreveu anteontem, e que me tocaram, serviram para inspiração do meu soneto. Disse-lhe, em resposta: 

(...) "Vou-me esforçar por lhe (e te) escrever um soneto bonito...Na realidade, não posso evocá-la sem ti....sem a tua cumplicidae, o teu compareinhismo e o teu amor... Chegar aos 50 anos, como casal, foi muito bonito,e deixar esse testemunho de vida, para os teus filhos e para o teu neto e para os teus amigos, é muito tocante, e faz-nos muito bem a todos, é a forma mais saudável de fazermos o luto pela perda (sempre irreparável e absurda) de quem amamos"...

Mandei-lhe esta manhã o soneto, acabado de ultimar, e ele deu-me o OK para o publicar no blogue, partilhando-o com as bons camaradas e amigos que ele aqui tem e que privaram, alguns, com a Isabel:

(...) "Ainda hoje parece ter sido um pesadelo, mas a verdade é que levaram-nos a Isabel faz já um mês. As saudades não param de aumentar e apenas as recordações mitigam esta dor que nos tomou a todos. O teu bonito soneto envolve a imagem da Isabel em amor e saudade, na medida certa das palavras que lhe dedicas." (...)

O Tony é membro da nossa Tabanca Grande desde 9 de maio de 2006. (**)

2. In Memoriam: Isabel Levezinho (1952-2020): 

uma (e)terna lembrança


Querida Isabel, há um mês que partiste, 

Em viagem sem regresso, deixando os teus

Devastados, crendo porém que lá nos céus,

Das almas boas, tens lugar, e que ele existe.

 

Sabem que não desistirás dos teus amores,

Mantendo para eles um jardim secreto,

E, por isso mesmo, sem acesso direto,

Mas que transforma dor e saudades em flores.

 

Haverá momentos difíceis, fins de tarde,

Em Paço d’Arcos, em Sagres, no Martinhal,

Em que o corpo sangra, em que a alma arde.

 

Mas também, por certo, um canteiro florido,

E nele verão teu sorriso matinal,

Como se, p’ra eles, nunca tivesses morrido.


Luís Graça, 
Lourinhã, 24 de janeiro de 2021, 6h00

____________

Nota do editor:

(*) Último poste da série > 25 de dezembro de  2020 > Guiné 61/74 - P21692: In Memoriam (378): Isabel Levezinho (Lisboa, 1952 - Oeiras, 2020), esposa do Tony Levezinho (ex-fur mil at inf, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71)... A sua memória fica inscrita, a título póstumo, no lugar nº 824, sob o fraterno e simbólico poilão da Tabanca Grande (Luís Graça)

(**) Vd. poste de 9 de maio de 2006 > Guiné 63/74 - P735: Tabanca Grande: António Eugénio da Silva Levezinho (Tony Levezinho) da CCAÇ 12

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21692: In Memoriam (378): Isabel Levezinho (Lisboa, 1952 - Oeiras, 2020), esposa do Tony Levezinho (ex-fur mil at inf, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71)... A sua memória fica inscrita, a título póstumo, no lugar nº 824, sob o fraterno e simbólico poilão da Tabanca Grande (Luís Graça)



Vila do Bispo > Sagres > Martinhal > 25 de abril de 2020 > O Tony e a Isabel Levezinho comemorando uma data que lhes era muito querida, na companhia do neto Diogo, filho da Rita (, por ser menor, não o incluimos na fotografia).


Foto: © Tony Levezinho  (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 



1. Na véspera de Natal, às 14h25, liguei para o meu amigo e camarada Tony Levezinho, com um estranho pressentimento... Queria tanto desejar que ele e a sua querida Isabel pudessem ainda passar juntos o mais que provável último Natal das suas vidas em comum, numa história de amor de mais de meio século... 

Do outro lado da linha, ele respondeu-me com a voz calma e amável que sempre que lhe conheci: "Estava justamente a escrever-te para vos comunicar que nossa querida Isabel deixou de sofrer, acaba de fechar os olhos esta manhã"..

A nossa primeira reação, humaníssima, é uma mistura de sentimentos contraditórios, que vai da incredubilidade à raiva face ao triunfo da morte...Ficamos sem jeito, do outro lado da "linha", face à amarga e tristíssima notícia da morte (mesmo que "anunciada") de alguém do nosso círcuço de amizades... 

Mas a verdade, brutal,  é que a nossa querida Isabel Levezinho sucumbia, ao fim de uns meses, no combate desigual contra a doença que a atingira...  Debalde foram mobilizados todos recursos de que o nosso sistema de saúde possui. Face ao inevitável, a Isabel, num gesto enorme de dignidade e lucidez, optou por recusar a medicina paliativa e morrer em casa, ao lado do seu companheiro de uma vida. Não lhe faltaram, nestas últimas semanos, cuidados domiciliários, médicos e de enfermagem que ajudaram a humanizar os últimos monentos da sua vida. Morreu em casa ao lado daqueles que ela amava rpofundamente.

A Isabel era esposa do meu "mano" Tony Levezinho, mãe da Rita e do Nuno, avó do Diogo. 

Tinha ainda há poucos meses,  neste ano da desgraça de 2020, acabado de celebrar  as suas bodas de ouro de casada. Contou-nos, a mim e à Alice, (quando a fomos visitar, já doente, na casa no Tagus Park, em Oeiras, em 28 de setembro passado) que se tinha sentido tão feliz pela "escapadinha" que a levara, a ela e ao marido,  a Viseu, à magnífica Pousada de Viseu, uma prendinha dos seus filhos Rita e Nuno.

Lembro-me de ela ter casado, ainda muito novinha, aos 18 anos (feitos em 30/7/1970),  com o Tony quando ele veio de férias à "metrópole", no verão de 1970. Era então uma jovem (e promissora) ginasta do Académico da Amadora. 

Soube, e isso recordá-lo ainda há pouco tempo, que ela queria ir para a Guiné com o amor da sua vida. Felizmente que não chegou a poder concretizar essa generosa (mas romântica e nada aconselhável) intenção: a segunda metade do ano de 1970 foi também muito dura para os homens da CCAÇ 12. 

Somos, de longa data, eu, a Alice, a Joana e o João, amigos da família e durante anos vizinhos da Amadora. O Tony e a Isabel deram-nos o prazer da sua companhia e a prova da sua amizade em vários momentos das nossas vidas, Tenho pena de não ter aqui, à mão, nenhuma foto da sua participação na festa dos meus 70 anos, em 2017, organizada, de surpresa, pela Alice, no Hotel do Vimeiro, em 2017.  Foi o único casal, dos meus camaradas da Guiné, que a Alice convidou, por sua iniciativa própria. Também não tenho nenhuma da sua participação num ou noutro dos convívios da malta de Bambadinca (1968/71).

2. A notícia da sua morte deixa-nos devastados. Escrevi ao Tony, há poucas horas, o seguinte: 

"Tony, meu mano. O luto é um processo duro e difícil que todos temos de fazer quando perdemos alguém que nos é muito querido. Acabar de perder a tua companheira de uma vida, mãe dos teus filhos Rita e Nuno, avó do teu neto Diogo.

"Nestas ocasiões, tudo o que os amigos pode,m dizer e fazer é pouco para preencher o vazio que estás a sentir. Mas vais superar esta perda como superaste outras na vida. És um homem forte e racional. Como teu amogo do peito, e amigo da família, gostaria de poder estar aí contigo, eu e a Alice,  neste momento fifícil por que estás a passar. Tens o nosso 'ombro amigo'. Sei que já estavas, com tempo, a preprar-te para o pior. Infelizmente não poderei estar aí contigo este fim de semana  a derradeira homenagem à nossa querida e doce Isabel. Falei com o Humberto e sei que a cremação é no próximo domingo. Como já sabes, aqui no Norte, a barra também está pesada e estamos a dar o apoio possível a um familiar que também está doente (...).

"Sei que a Isabel era uma mulher discreta e avessas às luzes da ribalta, mas o mínimo que eu lhe posso fazer, como teu camarada, amigo e mano, é editar-lhe este poste de homenagem póstuma e propor a sua entrada na nossa Tabanca Grande, ficando a sua memória inscrita no lugar nº 834, à sombra do nosso poilão (*)... Já estão lá, há tempos, outras companheiras de camaradas nossos como a Teresa Reis (1947-2011). do Humberto Reis, de resto outra boa amiga da Isabel.

"A Isabel era uma pessoa discreta, serena, doce e afável cujo sorriso, bondade e amizade vamos guardar, nas nossas memórias, para o resto das nossas vidas. Mas agora é preciso reconfortar (e ser solidário na dor com) os vivos. Tony, Rita, Nuno, Diogo...mesmo à distância, estamos aí convosco no pior Natal das vossas vidas!".. Vê se descansas um pouco, Tony. Um chicoração fraterno, meu, da Alice, da Joana e do João,  para ti, a Rita, o Nuno e o Diogo."

PS1 - Citando um dos meus poetas preferidos, Ruy Belo, que ainda teve tempo e lucidez para se despedir da "terra da alegria", "é triste ir pela vida como quem / regressa e entrar humildemente por engano / pela morte dentro".

PS2 - O Tony tem página no Facebook e mais de 6 dezenas de referências no nosso blogue. Foi fur mil at inf, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71). Ele e a Isabel estavam reformados da Petrogal. E possuíam, em Vila do Bispo, Sagres, Martinhal, uma casa adorável onde recebiam os amigos, sempre de coração aberto.




Vila do Bispo > Sagres > Martinhal > Julho de 2014 > Da esquerda para a direita, o Humberto Reis, o José Manuel Rosado Piça, a Isabel Leveziuho, a Leonor, a esposa do Piça, e a Joana, na altura companheira do Humberto.  (**)

Foto: © Tony Levezinho (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 


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Notas do editor: